1 em cada 31 crianças é autista: o que a igreja tem a ver com isso?
Publicado em 15 de abril de 2025, o relatório mais recente do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) revelou um dado que deveria abalar a consciência da sociedade — e especialmente da igreja. Segundo o levantamento realizado com base em 16 locais dos Estados Unidos, a prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA) entre crianças de 8 anos chegou a 1 em cada 31. Nunca fomos confrontados com uma estatística tão clara — e tão ignorada.
INCLUSÃO NA IGREJA
Pastor Glauco Ferreira
4/18/20253 min read


O que significa “1 em cada 31”?
A prevalência de 32,2 por 1.000 crianças significa que em praticamente toda escola, toda igreja e toda vizinhança, há uma criança com autismo. E se há crianças autistas, existem também famílias atípicas — pais, mães e cuidadores enfrentando desafios diários para garantir dignidade, acesso e aceitação.
Esse número, no entanto, não representa um aumento repentino da condição em si, mas sim:
Melhorias nos critérios diagnósticos;
Maior conscientização sobre o autismo;
Mais crianças sendo avaliadas e registradas como parte do espectro;
Ampliação da visão sobre o que é neurodivergência.
Mas por mais que esse crescimento se deva em parte ao progresso das avaliações, ele nos obriga a rever profundamente a estrutura da sociedade — e da igreja!
A que tipo de igreja esse número está falando?
A pergunta certa não é “por que há tantas crianças autistas?”
Mas sim: “por que tantas igrejas ainda estão despreparadas para recebê-las?”
Se 1 em cada 31 crianças está no espectro do autismo, então:
Em um ministério infantil com 93 crianças, é esperado que pelo menos 3 delas seja autista.
Em uma escola bíblica com 62 crianças, 2 podem ser autistas — mesmo que não diagnosticadas.
Em uma congregação de 200 membros, muitas famílias lidam com o diagnóstico ou suspeita, mesmo que em silêncio.
A realidade é que na igreja, a presença da pessoa autista não acompanha o percentual da prevalência do autismo divulgada pelo CDC, e as razões para isso precisam ser revisadas com urgência!
De uma maneira geral, as igrejas que já entenderam o seu papel no que diz respeito à inclusão e já iniciaram um projeto de inclusão, percebem uma representatividade muito maior do que 1 em cada 31 - e isso se dá por um motivo simples: as famílias buscam uma igreja onde os seus filhos também são aceitos! Em contrapartida, em muitas igrejas, até mesmo igrejas com muitas crianças, não há a participação de nenhuma criança autista, e isso revela um problema a ser evitado:
Quando a igreja não reconhece as famílias atípicas e a importância da inclusão, ela se torna parte da dor e não parte da cura!
O que essa prevalência está revelando?
Essa estatística fala alto sobre três realidades urgentes:
1. O tempo da omissão acabou
A inclusão de autistas não pode mais ser uma opção ou uma pauta de abril. É uma urgência pastoral, teológica e missionária. A igreja precisa se adaptar, se capacitar e se comprometer.
2. O Evangelho precisa alcançar os neurodivergentes com intencionalidade
As abordagens tradicionais não funcionam para todas as mentes. Crianças autistas aprendem, sentem, adoram e oram de formas únicas. A missão da igreja é fazer o Evangelho acessível a todos os tipos de mente.
3. A igreja é uma potência de apoio — ou de exclusão
A forma como uma igreja responde a uma família atípica pode gerar cura ou feridas. Pode aproximar ou afastar. Pode ser a razão de um testemunho de fé — ou de um trauma espiritual.
E o que fazer agora?
A estatística já falou.
Agora, a igreja precisa responder.
Isso começa com:
Treinamento da liderança e dos professores da escola bíblica;
Adaptação sensorial mínima para os cultos;
Linguagem acessível e acolhimento;
Apoio emocional aos pais;
Representatividade nas mensagens, orações e ações.
Jesus nunca ignorou os que estavam à margem. A igreja que carrega o Seu nome também não pode!
“Se 1 em cada 31 crianças é autista, não é mais uma questão de ‘se’ a igreja vai acolher. É uma questão de ‘quando’ e ‘como’.”
Conclusão
O relatório do CDC é um chamado à ação. Ele revela números, mas por trás desses números há rostos, nomes, histórias — e muitas delas estão bem perto de nós. A igreja que ignora essa realidade está ignorando uma parte preciosa do Corpo de Cristo.
É tempo de ouvir, incluir, preparar e transformar. Porque uma igreja que acolhe a todos é uma igreja que reflete o coração de Jesus.
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