7 Erros que Sua Igreja Pode Estar Cometendo ao Incluir Autistas — e Como Corrigir

Este artigo apresenta os erros mais comuns que igrejas cometem ao tentar incluir pessoas autistas, além de oferecer soluções práticas e orientadas para líderes, voluntários e ministérios que desejam criar um ambiente verdadeiramente acolhedor e inclusivo.

ATIVIDADES ADAPTADAS

Pastor Glauco Ferreira

4 min read

Introdução

A inclusão de pessoas autistas na igreja é um chamado cristão, baseado no amor e na aceitação que Jesus nos ensinou. No entanto, mesmo com as melhores intenções, muitas igrejas cometem erros que podem comprometer a participação plena dessas pessoas na vida comunitária.

Este artigo apresenta sete dos erros mais comuns na tentativa de incluir autistas e oferece orientações práticas sobre como corrigi-los, tornando a igreja um espaço mais acessível, respeitoso e acolhedor para todas as famílias.

1. Ignorar as Diferenças Individuais dentro do Espectro

O erro

Muitas igrejas partem do pressuposto de que todas as pessoas autistas são iguais ou possuem as mesmas necessidades. O espectro autista é extremamente amplo: há pessoas com dificuldades severas de comunicação, enquanto outras são altamente verbais; algumas são hipersensíveis a estímulos, outras buscam estímulos sensoriais intensos.

Como corrigir

A igreja precisa abandonar modelos únicos e investir no conhecimento individual de cada pessoa. Conversar com as famílias, ouvir especialistas e observar atentamente o comportamento e as preferências do autista são atitudes fundamentais. A personalização do acolhimento é o caminho para uma inclusão verdadeira.

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2. Forçar a Participação em Atividades Não Adaptadas

O erro

Muitas vezes, voluntários e professores insistem para que a criança ou adolescente autista participe de todas as atividades da mesma forma que os demais, mesmo que estas sejam inadequadas ou gerem desconforto extremo.

Como corrigir

É fundamental respeitar os limites e as formas singulares de participação. Nem todo autista consegue ficar sentado por longos períodos, participar de dramatizações ou cantar em grupo. Ofereça atividades adaptadas e valorize o que a pessoa consegue fazer, sem pressão ou exigência de comportamento típico.

3. Não Considerar as Barreiras Sensoriais

O erro

Muitos ambientes de culto são caracterizados por sons altos, luzes fortes e aglomerações, fatores que podem desencadear sobrecarga sensorial e crises em autistas. Ignorar essas barreiras é um dos erros mais comuns.

Como corrigir

Adapte o espaço físico:

  • Reduza volumes excessivos.

  • Disponibilize abafadores de ruído.

  • Ofereça uma sala tranquila ou espaço de regulação sensorial.

  • Permita que a pessoa deixe o ambiente quando necessário, sem repreensão.

4. Falta de Formação da Liderança e Voluntários

O erro

Muitas igrejas delegam a inclusão exclusivamente aos pais ou familiares, sem preparar a equipe de liderança, professores da escola bíblica dominical e voluntários para lidar com o autismo.

Como corrigir

Promova formações regulares sobre o Transtorno do Espectro Autista, estratégias de acolhimento e comunicação alternativa. A capacitação é essencial para que a igreja atue de forma segura, respeitosa e empática.

5. Não Consultar a Família sobre as Necessidades da Pessoa Autista

O erro

Decisões sobre o acolhimento ou participação da criança ou adulto autista são tomadas sem ouvir a família, que conhece profundamente as necessidades e potencialidades do filho.

Como corrigir

Inclua os pais ou responsáveis como parceiros ativos na construção das estratégias de inclusão. Consulte-os sobre adaptações necessárias, sinais de desconforto, preferências e formas de comunicação. Isso evita erros e fortalece o vínculo da família com a comunidade de fé.

6. Tolerar Atitudes Preconceituosas ou Falas Inadequadas

O erro

Mesmo sem intenção, muitos membros da igreja podem reproduzir estigmas ou julgamentos, como: “Falta disciplina”, “Está fazendo manha” ou “Não sabe se comportar”. Quando a liderança não corrige ou orienta, isso cria um ambiente hostil.

Como corrigir

Promova cultura de respeito e empatia. Fale abertamente sobre o autismo com a comunidade, conscientize sobre as características do espectro e oriente para que todos sejam acolhedores. Não tolere comentários preconceituosos, mesmo que sejam “brincadeiras”.

7. Restringir a Inclusão Apenas ao Ministério Infantil

O erro

Muitas igrejas pensam na inclusão de autistas apenas enquanto são crianças, mas esquecem que o autismo é uma condição ao longo da vida. Assim, não oferecem espaço adequado para adolescentes e adultos autistas participarem plenamente.

Como corrigir

Reflita sobre como incluir autistas em todos os ministérios: grupos de jovens, grupos de discipulado, participação no louvor, ensino e outros. Adapte também as atividades desses espaços, garantindo que a pessoa autista seja acolhida e estimulada a crescer espiritualmente em todas as etapas da vida. CLIQUE AQUI e conheça o nosso curso online INCLUSÃO DE ADOLESCENTES AUTISTAS NA IGREJA.

Conclusão

Incluir pessoas autistas na igreja vai muito além de boas intenções; exige conhecimento, empatia, preparo e ajustes práticos. Ao evitar esses sete erros, sua igreja estará mais próxima de ser um ambiente verdadeiramente acolhedor, onde todas as pessoas, independentemente de suas diferenças, podem crescer na fé, exercer seus dons e experimentar a comunhão cristã.

Que a igreja seja, cada vez mais, um espaço de inclusão, amor e respeito, refletindo o coração acolhedor de Cristo em cada detalhe.

Se você é professor, voluntário ou líder de ministério infantil, que este guia inspire novas práticas e desperte o desejo de aprender mais sobre INCLUSÃO E ACOLHIMENTO de pessoas autistas na igreja, bem como os PRIMEIROS PASSOS para tornar isso possível!