Paquera e flerte no espectro autista: como entender os sinais (ou a ausência deles)
Pessoas autistas também flertam, se apaixonam e desejam se relacionar — mas muitas vezes de forma diferente. Entenda como funciona a paquera no espectro autista e como criar conexões afetivas mais respeitosas.
DICAS PARA O DIA A DIA
Pastor Glauco Ferreira
3 min read


Introdução
Quando se trata de paquera e flerte, muito se baseia em sinais sociais, olhares, linguagem corporal e insinuações. Mas e quando esses sinais não são percebidos ou sequer emitidos? Para muitas pessoas autistas, esse jogo sutil da conquista amorosa pode ser confuso, cansativo e até frustrante.
Isso não significa que elas não desejem um relacionamento, mas sim que expressam interesse amoroso de maneira diferente. Neste artigo, vamos explicar como funciona a paquera no espectro autista, quais são os obstáculos mais comuns e como construir conexões afetivas mais autênticas e respeitosas.
Por que a paquera pode ser difícil para pessoas autistas?
A dificuldade não está na falta de interesse, mas nos códigos sociais implícitos que envolvem o ato de flertar. A maioria dos autistas possui:
Dificuldade em interpretar sinais não verbais (olhares, sorrisos, linguagem corporal ambígua);
Maior literalidade na comunicação, o que dificulta a compreensão de indiretas e duplo sentido;
Ansiedade social, que pode tornar situações de aproximação emocional bastante desconfortáveis;
Hipersensibilidade sensorial, o que pode gerar reações inesperadas em encontros presenciais.
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Como uma pessoa autista pode demonstrar interesse?
Em vez de olhares prolongados ou jogos de sedução, pessoas autistas tendem a:
Mostrar curiosidade genuína por algo que você gosta;
Fazer perguntas diretas e pessoais (mesmo que pareçam “intensas” demais);
Querer passar tempo com você em contextos previsíveis e confortáveis;
Falar sobre seus interesses especiais com empolgação.
É comum que o interesse seja demonstrado de forma “prática” — ajudando com algo, enviando mensagens regulares, ou compartilhando conteúdos que tenham a ver com você.
O que fazer se você estiver interessado(a) em uma pessoa autista?
Se você se encantou por uma pessoa no espectro, algumas atitudes podem facilitar a conexão:
Seja claro(a) e direto(a): elogios explícitos, convites objetivos e intenções declaradas ajudam muito.
Evite joguinhos emocionais: a imprevisibilidade pode causar insegurança ou afastamento.
Respeite os limites sensoriais e sociais: proponha encontros tranquilos e sem aglomeração.
Tenha paciência com o tempo do outro: nem sempre haverá respostas imediatas ou reações esperadas.
E se ambos forem autistas?
Quando duas pessoas autistas se interessam mutuamente, há uma grande chance de conexão profunda. Mas também pode haver ruídos de comunicação se ambos tiverem dificuldades em iniciar ou identificar os sinais afetivos.
Nesse caso, a comunicação explícita, o uso de interesses comuns como ponto de partida e a construção gradual da confiança são os caminhos mais saudáveis.
Dicas práticas para tornar a paquera mais acessível e respeitosa
Prefira ambientes calmos, conhecidos e com pouco estímulo sensorial.
Ofereça opções: “Quer conversar por mensagem ou pessoalmente?”
Respeite o tempo e o espaço do outro sem pressionar.
Use a criatividade para expressar carinho: desenhos, playlists, bilhetes escritos, etc.
Nunca interprete a ausência de sinais como desinteresse automático — pergunte com cuidado.
Conclusão
A paquera no espectro autista pode parecer “diferente”, mas é tão válida, bonita e cheia de possibilidades quanto qualquer outra. O segredo está em abandonar os modelos prontos e aprender a amar — e ser amado — de forma única, respeitosa e verdadeira.
O flerte pode acontecer com menos insinuação e mais honestidade. Pode não ter joguinhos, mas terá presença. Pode não ter sutileza, mas terá verdade. E talvez seja exatamente isso que todos nós estejamos procurando.
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